Moderação
Em uma sociedade rápida e excessiva como a nossa, um valor que devemos exercitar é a MODERAÇÃO.
Ponderar, evitar os excessos e seguir por um caminho de equilíbrio e moderação é um grande desafio, mas se alcançado pode transformar as nossas relações e contribuir para uma sociedade mais gentil.
Isso não significa ser apático ou evitar tomar posição, mas sim fazê-lo com prudência e tolerância. Que saibamos nos inspirar na sabedoria dos antigos celtas e buscar o caminho do meio, sem sermos reféns da arrogância e de nossas emoções inflamadas. Sempre presente nos ensinamentos dos povos celtas, a MODERAÇÃO nos incentiva a evitar os excessos e os extremismos, a caminhar em equilíbrio.
Podemos viver a MODERAÇÃO em nossos dias ao:
- saber reconhecer as características pessoais que precisam ser equilibradas;
- saber dividir com equilíbrio o tempo de trabalho, descanso e lazer;
- alimentar-se o suficiente, com prazer e qualidade, porém nem demais e nem de menos;
- saber gastar o dinheiro que ganha, sem ser mesquinho ou gastar mais do que tem;
- se relacionar com qualidade, evitando as armadilhas do ciúmes e dependência emocional ou da frieza e descaso;
- saber ouvir opiniões que diferem da nossa, avaliar e nos posicionar, sem fanatismo ou apatia;
- buscar a felicidade, sem virar refém das aparências ou da busca incessante pelo prazer;
- aceitar os momentos de tristeza, sem se render ao pessimismo e ao derrotismo.
Viver com MODERAÇÃO é saber quando lutar, mas também quando desistir.
Um conto sobre a MODERAÇÃO:
“Oh neto de Conn, oh Cormac,” disse Cairbre, “quais eram seus hábitos quando você era
um rapaz?”
“Não é difícil dizer,” disse Cormac.
“Eu era um ouvinte nos bosques,
Eu era um contemplador das estrelas,
Eu era cego onde segredos estavam envolvidos,
Eu era silencioso nos lugares selvagens,
Eu era falante entre muitos,
Eu era suave no salão do hidromel,
Eu era severo em batalha,
Eu era um bom observador,
Eu era gentil com os amigos,
Eu era um médico na doença,
Eu era fraco diante dos sem forças,
Eu era forte diante dos poderosos,
Eu nunca era duro para que eu não fosse satirizado,
Eu nunca era débil para que eu não tivesse meu cabelo cortado,
Eu não era próximo para que eu não fosse um fardo,
Eu não era arrogante apesar de ser sábio,
Eu não era dado a promessas apesar de ser forte,
Eu não era temerário apesar de ser rápido,
Eu não escarnecia dos velhos apesar de ser jovem,
Eu não era orgulhoso apesar de ser um bom guerreiro,
Eu não falaria sobre ninguém na sua ausência,
Eu não acusaria, mas elogiaria,
Eu não pediria, mas daria,
pois é através desses hábitos que um jovem torna-se um velho e nobre guerreiro.”